quinta-feira, 3 de agosto de 2017

O ESPELHO


O ESPELHO


Às vezes,
Sento-me sossegado
Meditando na vida…
Irónico, tenho pena
De mim para mim!
Isso mesmo,
Pena de não saber
Pena de não fazer,
Pena da preguiça,
Pena do tempo fugir.
Reflito sobre mim…
Condeno-me inocente!
O espaço apagado,
A memória perdida…
No instante da cena,
A data já baralhada,
Um estar a esmo…
Às vezes…
Olho-me ao espelho
E algo me assusta…
No olhar apagado,
Uma lágrima perdida
In profundis, o fim.
Vem lentamente,
E eu especado
À espera
Ali fico parado
Pensando vazio
Não sei em quê
Talvez em nada!
Talvez loucura,
E quem não tem?
Não se admite,
Mas faz parte
Do nosso ser…
Inconsequente
Vivo dia-a-dia
Alegre na nostalgia
Como se algo fosse
O próprio contrário,
É este o cenário,
A patologia.
A inocência
A velhice na idade
E tudo me sabe
Me sabe a saudade.
Vem o dia,
Depois outro
E passam a voar
Sem parar
Sem dizer olá
Então?
Ainda por cá?
Às vezes,
Este é o poema,
Aquilo que é alma,
Sem alma!
Sim,
Resta-me o Amor
O outro lado
Mais doce e puro!
A compensação,
Desta forma de ser.
Gosto de o sentir
De o viver!
Resta-me o amor
Um mimo,
 E esse beijo
Que sacia o desejo.
Tudo mais é nada
Ou coisa nenhuma!

Raiz do Monte

03, Agosto, 2017

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