quarta-feira, 23 de agosto de 2017

BOLA DE CRISTAL

BOLA DE CRISTAL


Fui à Feira de Velharias
Mercar uma bola de cristal
 Estado perfeito, normal
Sempre a funcionar…
Pensei, faz-me jeito…
Para a arte de adivinhar,
Sem qualquer defeito!
Li o livro de instruções,
Para evitar confusões!
Nota, muito importante!
Para além de dispensar
Aquele pano…Turbante,
Exige um bom baralho…
De cartas… bem viciadas,
Que depois de baralhadas,
Que depois de lançadas,
Não saiam as erradas…
Comprometendo o trabalho!
Mas a Bola de Cristal…
É um achado brutal,
Acende e depois apaga,
Se as pilhas tiverem carga…
E então nas previsões,
Fora os Jogos e euro milhões,
Está sempre a acertar…
Bola de Cristal danada!
Pergunta? Vais jogar?
Para quê? Não sai nada!
Mas nas outras previsões
Não erra, acerta que se farta,
Por exemplo a justiça.
Diz-me: - Tira lá uma carta…
E não é que sai a preguiça?
Bolas, bolas…que divertido,
Então se vissem na política…
Fico mesmo espantado,
Ante a atitude crítica,
O Homem, “raios te parta”
Anda lá, tira a carta…
Obediente e espantado
Tiro a carta… o enforcado.
É de tanta, tanta clareza,
Que viu estrelas a brilhar,
E deu-me logo a certeza
Que não estava a inventar…
Pois projetam bem o lugar…
Onde conseguiram erguer,
As pirâmides e fundações!
A bola sabe mesmo tudo,
Que até a mim faz confusão.
E por isso, fico tão mudo
Quando segreda das eleições,
Que eu só digo: -Não, não…
Mas é verdade! Tens razão!
Das coisas boas que, comprei,
É delas simples e tão banal.
A minha Bola de Cristal…
Tiro a “carta” e sei…acertei!

Raiz do Monte

23, Agosto, 2017

Sem comentários:

Enviar um comentário

Ler é dizer Olá! Ao autor.