segunda-feira, 10 de julho de 2017

MEMÓRIA DO PASSADO


MEMÓRIA DO PASSADO

Quando penso no passado,
Imagino sempre essa figura,
Caminhando pela rua ao acaso.
Entre lágrimas, o vento e a chuva,
Batendo sem piedade na face
Tal como, o sem-abrigo vive.
Um ar de desgaste e pesado,
Que deixava e poderia parecer
Pela postura marca de loucura,
E o fim de uma vida já fora de prazo.
Rosto vincado, no corpo curvado
À vida e sobretudo ao desenlace,
Deste caminho de agravo que tive
No ar autêntico de desgraçado.
Sim, este era o meu viver!
Porque talvez tenha errado.
E errei certamente, tanto…
Mas, sempre e toda a vida, não!
Todo o ser um dia fica cansado,
E por mais forte que se possa ser,
Ninguém é “justo” nem santo,
Para com razão viver sem razão,
E a vida toda, ficar calado!
Na rua da vida caminhando…
A esmo e aos tropeções!
Fantasias, devaneios, ilusões
Eram forma de matar o tempo,
No pensamento conturbado.
Tudo bailava bem cá dentro,
No vazio que passava ao lado.
Conformado, pensei ser o fim,
Não havia força dentro de mim
Para cortar com o passado
E sabia estar tudo errado…
 Por isso o sabor da liberdade…
Hoje e no meu magoado ser,
Diz basta! O tempo que me resta,
É ser feliz e fazer da vida uma festa,
Porque, tarde, nada se tem a perder
E pelo menos, no pouco que resta,
Haja alegria e paz para viver…

Raiz do Monte

10, Julho, 2017

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