segunda-feira, 10 de abril de 2017

QUANDO EU PARTIR

Não quero flores nem ninguém
Quando eu partir!
Quero serenamente estar solitário...
E sentir o sabor da saudade!
Da minha saudade...
Das lágrimas salgadas que me doíam...
E só eu sei esse gosto a que sabiam!
Quero partir como um pequeno cachorro
A quem fizeram uma festa pra não latir...
A quem viram indiferentes, água nos olhos
E que, pensava em vós olhando o horizonte,
A espuma das ondas, o mar ao entardecer
E ficava em silêncio ansioso por vos escutar...
Mas não, não estavam, nunca estavas...
E eu esperava e quase enlouquecia...
Tentava escrever poemas, palavras...
Que não lias, nem tão pouco escutavas!
Colocando regras sempre mais apertadas...
Eu sei bem que estou quase a partir...
E me censuram por ora o escrever.
Mas se o meu amor não tem limites,
Sei que o meu limite é tão só viver!
Quando digo que vou por aí….
Sei que sabem, que nunca menti...
Mesmo quando falam da vida
E a minha não pudesse existir...
Tantas vezes dou comigo a falar,
A falar só como se estivessem aqui
Tantas vezes pareço um louco...
E sabem… fazem-me sentir tão pouco
Talvez uma coisa inerte, sem vida
Um nada, obediente ao tal ritmo…
Estou cansado, tenho de sorrir e viver
Como se nada fosse, já que a minha alma
Desgasta e aos poucos vai morrendo...
Sem que ninguém o possa perceber...
Estou carente de todos os desejos,
Não sei o que fiz de mim mesmo...
Nesta existência amarga, e tão sofrida...
Quando partir, é a porta da saída...
E penso em todos...todos os beijos
Na dor que, me consome e tira a vida!



Raiz do Monte
(Março  2013)

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