quinta-feira, 13 de abril de 2017

A VIRGÍNIA VITORINO






Creio que não era sonho
Mas parece que ainda hoje a vejo
Passear pelas ruas da cidade.
Cabelo solto, vestido elegante
Talvez arrojado para a sociedade,
Um toque subtil que, suponho,
Fazia de si mulher de desejo
Onde não se encontra vaidade.
Era simplesmente ela…
O seu olhar profundo, penetrante
A discrição do gesto distinto.
Não, confesso que não minto
Se disser que era muito bela.
Do realce dos seus lábios
Pareciam nascer Poemas
Os versos mais belos e sábios
Falando da vida e da paixão
Eram os seus eternos “Namorados”…
Feitos em sonetos apaixonados
Que fazem bater forte o coração
Mas, foi no Teatro, no Conservatório,
Na Rádio, que conquistou o país.
O seu supremo auditório.
O dever ser de um ser feliz.
Reparte-se então de forma ardente.
A sua vida ganha intensidade
E é na obra… Apaixonadamente
Que dá de si o que a sua alma sente
Com o maior engenho e qualidade.
Ofereceu-a a toda a gente.
Porventura, aquele supremo valor
Que, com invulgar simplicidade,
Só os grandes dizem com profundo amor.
Por isso, quando alguém disser…
Que o seu génio era divino
Está a enaltecer essa grande mulher,

De seu nome, Virgínia Vitorino.

Raiz do Monte
(2004)

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