sexta-feira, 26 de maio de 2017

PAISAGEM DA HUMANIDADE



PAISAGEM DA HUMANIDADE 



Abre-se no complexo horizonte,
Uma imensa e larga paisagem,
Aqui, da “Orada do Ferrão”!
No meio austero dos penedos,
Rodeados de urze, tojos e giestas,
Paira o silêncio e a calma
No deslumbre concreto da vista!
Respira-se profundamente a Paz.
Sempre o dote e dom da Natureza…
Genuína artista de tamanha Beleza…
Musa inspiradora, nascente e fonte.
Do sonho concreto de uma viagem.
Começa-se por olhar a imponência,
Depois ver todo o quadro acabado,
E por fim observar à lupa o pormenor.
Lá em baixo corre indiferente o Douro
O leito, ora sufocado, ora livre, no vale
Á frente em baixo a linha férrea
E o encanto bucólico da estação.
Diria que deste lado belo e agreste
Era o “impressionismo” silvestre,
Consumado nas fragas de granito.
Agressivo aos olhos, ao coração!
Habitado por segredos e memórias
Que, podem voar ao vento, lestas
Até a alcançar na outra margem
Os socalcos de xisto, e os vinhedos
Vindos do suor, labor do trabalho,
Duro e penoso de mãos calejadas.
Toda a Harmonia num contraste,
A serra, a vinha, e majestade do rio.
Num cálice de rico vinho “fino”,
Como diz o uso e o preceito,
Fica o retrato para a eternidade…
Tirado e inspirado ao nosso jeito
Da Paisagem da Humanidade!


Raiz do Monte

2017
Recordações de  Infância

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