sexta-feira, 19 de maio de 2017

OLHAR PESSOA





OLHAR PESSOA





Sabe Daisy
Esta, já não é, a nossa Lisboa
Tal como a via, o nosso “Pessoa”.
Em cada “Poema” foi cantada,
Qual fada, amante e namorada
Que em segredo tanto amava
E com engenho e arte criticava.
Se a pudesse ver agora,
Diria que se perdera, embora
A modernidade tivesse nascido
E o típico, se mudara para fora…
Nem charretes, nem carruagens,
Nem a Sintra, daquelas viagens…
Apenas o Chiado e as imagens.
Tudo o mais, tem “caído”…
Resta, o café, “A Brasileira”,
Onde se vê, Fernando, sentado…
E uma cadeira, vazia, ao lado.
Quase levado na brincadeira
O “turista” tem de se sentar,
Fingindo amena cavaqueira,
Para, numa foto, a recordar.
Sabe Daisy.
Todos falam de Pessoa
E poucos o terão lido!
Mas, é chique, coisa boa…
E esse vão e snobe sentido,
Deixá-lo iam tão aborrecido…
Por tanto amar, Lisboa.
É na Poesia, no Poema
Que sempre se revê e renova
O legado escrito de Pessoa!
Sabe Daisy.
O “prazer de ter um livro
Para ler e não o fazer”.
Era mensagem descrente,
Ao futuro desta nova gente…
Que se afirma e comprova:
-“Que, ler é maçada...
E tudo mais, não vale nada”!

Raiz do Monte

Maio de 2009

Sem comentários:

Enviar um comentário

Ler é dizer Olá! Ao autor.