sexta-feira, 24 de março de 2017

"VELHA NEGRA"


A esta hora,
Já nem medito!
Apenas, ensaio
Pensamentos... 
Um turbilhão de ideias...
Quiçá... Incertezas!
Entro no café,
Peço uma bica.
Sussurro para mim...
Quero ficar acordado...
Quero viver...
Estar à espera,
À espera nem eu sei
De quê...
De notícias?
Ou...Talvez
De mais umas horas
Sem os olhos fechados
E a "dormir"...
O "medo" eterno
A condenação...
Bebo-o sofregamente
E, regresso.
Malditas notícias...
Nem elas... me ...
Conferem a paz.
Dói-me o peito
E conheço a dor...
Conheço-a tão bem
E de cor!
Os braços...
Não têm posição!
Em mais que isso..
Dói-me
Sobretudo a alma!
Essa, dói mesmo.
Nas recordações...
Olho para trás...
Para onde nunca se deve olhar
Mas onde nunca cheguei.
E confesso que não sei 
Se poderei chegar.
Pára! Relógio...
Pára para o tempo
Que entre os dedos
Escapam-se os sonhos
E tudo!
Levanto-me...
Belisco-me
Acendo um cigarro
Aspiro fortemente...
E os novelos de fumo, esvoaçam...
Ansioso,
Olho em frente
Ali... Apenas uma parede
Branca, Fria...
E por todo o lado 
Dança o inferno
A "velha negra"
A morte.
Depois... depois...
Não me digam
Coisa alguma
Não vale a pena...
Estou certo
Ficará o nada...

Raiz do Monte (Maio de 2002)

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