ABRI ESSA PORTA…
Um dia
falei sobre a solidão…
Disse
estar só…E tanta gente ao lado,
E eu…
Sentado, fumando um cigarro
Olhando
só… para o mundo…
Algo
que, ainda hoje, não entendo.
Estava
a morrer, doente, acamado
De um
problema grave no coração.
Recordo
que era essa a imagem
E um
pavor enorme de partir.
Tive o
sabor amargo da solidão…
E soube
o que é estar só, isolado
Entregue
há sina, sorte ou fado…
Do peso
da vida a que me agarro.
Nesse
medo, sentimento profundo
A que,
cada dia vivido me prendo.
Senti o
desabar, tudo acabado…
Ou mais
claramente inacabado.
Na
mente, bailava-me a emoção
Confusa,
o desalinho do pensamento,
E
lembro que nesse preciso momento,
Proferia
palavras simples, orações
E não delirava,
nem fazia acusações.
Peguei
o papel sentei-me na cama,
Abri a
caneta de tinta permanente
E deixei
voar as ideias ao vento,
Ao
sabor, de tantas ilusões emoções…
Ali,
escrevi coisas, fiz confissões,
Porque
muito tarde seria o amanhã
Que
corria breve para essa manhã
De onde
não sabia se acordaria…
Se ou
não se apagaria a chama….
Meditei,
palavra a palavra que escrevia
Queria
ousadamente partir com Poesia.
Por
isso, quando abri a porta à solidão,
Recordo
esse dia de dor no peito,
No
corpo pálido, nos braços
E senti
que devia deixar ao meu jeito
O adeus
em versos e os meus abraços
A essa
gente ao lado da minha solidão…
E foi,
na memória de versos esparsos
Que abri
essa porta fechada um dia,
Trazendo
à luz do saber o que sofria
Na dor
intensa de tão grande ferida
Que
gerei a “reflexão” da minha vida!
Raiz do Monte
02, Agosto, 2017
Sem comentários:
Enviar um comentário
Ler é dizer Olá! Ao autor.